alice

Alice é uma sonhadora! Questiona se o que sonha é apenas um sonho ou é a sua realidade... Na verdade, todos nós temos um pouco de alice e é de alice que vou falar...

dezembro 20, 2005

Percebo em tuas palavras a angústia dos teus sentimentos, percebo o teu cheiro a longa distância... percebo... No entanto não consigo me fazer perceber, ou pelo menos julgo que não me percebem com demasiada facilidade.... Escrevo. Escrevo para derrubar as barreiras da percepção! Mas descobri que as palavras lidas dizem-nos o que queremos, e que por muito que lutemos, a vida das letras existe apenas e só nos olhos de quem as lê!

Desencanto

Vi nos teus olhos o desencanto... não consegui apreender a sua essência... um desencanto com o mundo talvez, ou apenas com qualquer outra coisa, qui ça, desencantado de ti e do teu ser... ou quem sabe ainda desencantado com o que os teus lindos olhos verdes vêem... De onde vem essa nostalgia do teu olhar? De onde vem o desencanto? Será que vêm da procura infinita do teu ser, ou apenas um choque de valores comuns com os pares? A tua pretensão é mágica, mas na sua plenitude torna-se irracional... e talvez daí o desencanto... será? Diz-me tu, que sentes na tua pele de seda essa dor! Que continuas perdido entre as paredes do mundo, que não te expões, que não gritas... que continuas desencantado...

dezembro 19, 2005

O tempo e a saudade






O tempo é uma criança, não sabe andar e corre! Corre tão velozmente que nem sinto passar por mim... O tempo vai, o tempo não volta e na azáfama da vida de todos os dias andamos nós a contar tempo... não pára, não sabe andar, já passou!
Não tenho tempo para me recordar de ti, o que me deixa nostalgicamente triste....
Não tenho tempo para me lembrar das saudades que tenho de ti... Dos tempos que vivi e daquilo que aprendi...

dezembro 12, 2005


Fotografias antigas, memórias perdidas, vidas passadas fazem nós e nossas vidas. O presente é apenas um momento, a passagem de todo o caminho pisado para um destino incerto.... no entanto... é nesse pequeno momento... nesse espaço de tempo que o coração bate e as pernas tremem, que a felicidade se sente e se cheira e os sentidos invadem aquilo que somos...

dezembro 10, 2005

Caminhando...


Um dia disseram-me que as pessoas tinham um farol, que iluminava o nosso caminho para onde caminhamos... e que esse farol era o ponto onde queremos chegar! A meta final!
O meu farol, se é que existe o meu farol, está apagado... a sua luz não ilumina os caminhos que posso escolher para o alcançar....
Por isso me perco em jardins de rosas e em tocas sombrias na procura incessante de um caminho... e escrevo palavras soltas num percurso imaginário à procura de mim... Por mais que procure, encontro apenas questões, que ao invés de me orientarem me levam a outros caminhos com outras fantasias...
Que é feito de mim? Onde estou eu agora? Serei apenas a peça de um tabuleiro de xadrez ou poderei eu sonhar que sou algo mais?... um actor que escreve o guião do seu próprio filme?
Para onde vou eu?

dezembro 07, 2005

O milagre da vida




Nascer, viver, morrer! Este é o ciclo vital conhecido de todos nós.
Se o primeiro e o último são determinados pela natureza
O ciclo intermédio é por nós construído... é por nós entendido, por nós!
Podemos optar por uma vida medíocre, cheia de mágoa e ressentimento, cheia de vento e de resignação...
Ou, ao invés disso... Podemos escolher viver! Admirar a força do mar, a beleza da chuva, a alegria de sorrir a outrem, ou a magia da admiração das pequenas coisas belas que nos acontecem na vida de todos os dias!
Hoje brinquei, brinquei com brinquedos de criança, de uma criança magnífica que não tem angustias, que não tem medos, que transborda e contagia a felicidade!
Não é preciso fazer sol, nem é preciso recordar o passado, não é preciso... para que esta pequena vida seja um verdadeiro milagre! O milagre da vida é a própria vida, é viver!

dezembro 05, 2005

As rosas do jardim....




Perdi-me num jardim cheio de rosas brancas! É um labirinto! Todas as ruas e vielas são idênticas e as rosas são todas iguais. Olho, vejo, procuro uma saída, mas a imensidão de rosas brancas provocam em mim uma sensação de confusão, de visão distorcida da realidade.
Sinto-me cada vez mais cansada... tenho a vaga sensação de que estou adormecida...
As rosas, essas crescem a olhos vistos e com uma força inebriante!
Estou presa, num jardim onde as rosas são todas iguais....
Já adormecida, uma voz esquecida me sussurra ao ouvido... “há uma rosa que é diferente... ela é branca e é do tamanho de todas as outras e também está a crescer... mas essa rosa é a tua rosa e quando a veres vais saber que ela é tua... pois criaste com ela laços que não criaste com mais nenhuma outra!”
A voz, com um tom sereno e cada vez mais longínqua... desapareceu.... e assim adormeci e procurei pela rosa no meio do jardim!

dezembro 04, 2005


"Sometimes i ain' t so sho who´s got ere a right to say wen a men is crazy and when he ain't. Sometimes i think it aint't none of us pure crazy and aint't none of us pure sane until de balance of us talks him that-a-way. It's like it ain't so much what a fellow does, but it´s the way the majority of folks is looking at him when he does it."
William Faulkner

dezembro 03, 2005

Procuro



Onde estarás tu, nesta noite desencantada... perdido entre paredes de um qualquer sítio ou estarás nas gotas que batem nas sombreiras das portas... procuro-te, quero saber de ti! Sei que estarás num qualquer lugar e que estás longe de mim! Procuro-te nos olhares de cada estranho que passa, procuro-te no dobrar de cada esquina, procuro-te! Procuro-te a ti e procuro também por mim! Em cada sorriso, em cada movimento mais agressivo, em cada palavra de um livro! Procuro!

dezembro 01, 2005

Saudade


Sozinha no meio da multidão, as palavras proferidas de forma leviana soam dentro de mim com sentidos ocos, significados perdidos em fados passados...
Refugio-me então, da multidão, para ouvir o poeta e a sua dor, o escritor e a saudade...
Ai, a saudade! De todas as palavras está é a mais dolorosa, é a palavra não proferida, para ser esquecida... como é terrível a saudade, palavra amaldiçoada! É de todas, a que deixa a estranheza do caminho não percorrido...