alice

Alice é uma sonhadora! Questiona se o que sonha é apenas um sonho ou é a sua realidade... Na verdade, todos nós temos um pouco de alice e é de alice que vou falar...

janeiro 19, 2006

Não sei de mim...

janeiro 17, 2006

Não, não é cansaço...


Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos

janeiro 10, 2006

Tic...tac...tic...tac...

O tempo consome-me! É absorvido por tantas e quantas tarefas que nem sei dizer quais são... sinto-me «agarrada»! Tic... tac....o tempo passa... a vida escorrega pelos dedos finos de uma mão... tic... tac...nem os ventos param, nem as tempestades lhe põem travão... tic...tac...

janeiro 04, 2006



“As pessoas que mais admiro são aquelas que melhor divergem da minha pessoa. Claro está, só se diverge de outrem dentro do que nos é comum. Porque há quem nada tenha de comum connosco, nem sequer a própria existência e a mesma humanidade. E não esqueçamos que o espaço e o tempo são aparências por nós fabricadas para dar passo ao espírito e não lenha para nos queimarmos. Ao mesmo tempo e no mesmo espaço podem juntar-se as pessoas mais alheias entre si e como não acontece na História em tempos e espaços diferentes. A universalidade humana é tão vária que pode um satisfazer inteiramente a sua e sem que lhe passe sequer pela cabeça a de outro que satisfaça também completamente a dele.”

Almada Negreiros


Às vezes não é preciso escrevermos aquilo que sentimos e pensamos, porque já alguém antes de nós sentiu, pensou e escreveu de uma forma brilhante!

janeiro 02, 2006


Sou uma criança
que balança, balança
entre o vai e vem deste momento
e muitas vezes sem alento
Perdida e encontrada
entre a cidade e a estrada
Aqui vai a criança
cheia de esperança
Ora vai, ora vem
e vê aquilo que não tem
Ora chora, ora ri
e vagabundeia por aqui...

Sorri!

dezembro 20, 2005

Percebo em tuas palavras a angústia dos teus sentimentos, percebo o teu cheiro a longa distância... percebo... No entanto não consigo me fazer perceber, ou pelo menos julgo que não me percebem com demasiada facilidade.... Escrevo. Escrevo para derrubar as barreiras da percepção! Mas descobri que as palavras lidas dizem-nos o que queremos, e que por muito que lutemos, a vida das letras existe apenas e só nos olhos de quem as lê!

Desencanto

Vi nos teus olhos o desencanto... não consegui apreender a sua essência... um desencanto com o mundo talvez, ou apenas com qualquer outra coisa, qui ça, desencantado de ti e do teu ser... ou quem sabe ainda desencantado com o que os teus lindos olhos verdes vêem... De onde vem essa nostalgia do teu olhar? De onde vem o desencanto? Será que vêm da procura infinita do teu ser, ou apenas um choque de valores comuns com os pares? A tua pretensão é mágica, mas na sua plenitude torna-se irracional... e talvez daí o desencanto... será? Diz-me tu, que sentes na tua pele de seda essa dor! Que continuas perdido entre as paredes do mundo, que não te expões, que não gritas... que continuas desencantado...

dezembro 19, 2005

O tempo e a saudade






O tempo é uma criança, não sabe andar e corre! Corre tão velozmente que nem sinto passar por mim... O tempo vai, o tempo não volta e na azáfama da vida de todos os dias andamos nós a contar tempo... não pára, não sabe andar, já passou!
Não tenho tempo para me recordar de ti, o que me deixa nostalgicamente triste....
Não tenho tempo para me lembrar das saudades que tenho de ti... Dos tempos que vivi e daquilo que aprendi...

dezembro 12, 2005


Fotografias antigas, memórias perdidas, vidas passadas fazem nós e nossas vidas. O presente é apenas um momento, a passagem de todo o caminho pisado para um destino incerto.... no entanto... é nesse pequeno momento... nesse espaço de tempo que o coração bate e as pernas tremem, que a felicidade se sente e se cheira e os sentidos invadem aquilo que somos...

dezembro 10, 2005

Caminhando...


Um dia disseram-me que as pessoas tinham um farol, que iluminava o nosso caminho para onde caminhamos... e que esse farol era o ponto onde queremos chegar! A meta final!
O meu farol, se é que existe o meu farol, está apagado... a sua luz não ilumina os caminhos que posso escolher para o alcançar....
Por isso me perco em jardins de rosas e em tocas sombrias na procura incessante de um caminho... e escrevo palavras soltas num percurso imaginário à procura de mim... Por mais que procure, encontro apenas questões, que ao invés de me orientarem me levam a outros caminhos com outras fantasias...
Que é feito de mim? Onde estou eu agora? Serei apenas a peça de um tabuleiro de xadrez ou poderei eu sonhar que sou algo mais?... um actor que escreve o guião do seu próprio filme?
Para onde vou eu?

dezembro 07, 2005

O milagre da vida




Nascer, viver, morrer! Este é o ciclo vital conhecido de todos nós.
Se o primeiro e o último são determinados pela natureza
O ciclo intermédio é por nós construído... é por nós entendido, por nós!
Podemos optar por uma vida medíocre, cheia de mágoa e ressentimento, cheia de vento e de resignação...
Ou, ao invés disso... Podemos escolher viver! Admirar a força do mar, a beleza da chuva, a alegria de sorrir a outrem, ou a magia da admiração das pequenas coisas belas que nos acontecem na vida de todos os dias!
Hoje brinquei, brinquei com brinquedos de criança, de uma criança magnífica que não tem angustias, que não tem medos, que transborda e contagia a felicidade!
Não é preciso fazer sol, nem é preciso recordar o passado, não é preciso... para que esta pequena vida seja um verdadeiro milagre! O milagre da vida é a própria vida, é viver!

dezembro 05, 2005

As rosas do jardim....




Perdi-me num jardim cheio de rosas brancas! É um labirinto! Todas as ruas e vielas são idênticas e as rosas são todas iguais. Olho, vejo, procuro uma saída, mas a imensidão de rosas brancas provocam em mim uma sensação de confusão, de visão distorcida da realidade.
Sinto-me cada vez mais cansada... tenho a vaga sensação de que estou adormecida...
As rosas, essas crescem a olhos vistos e com uma força inebriante!
Estou presa, num jardim onde as rosas são todas iguais....
Já adormecida, uma voz esquecida me sussurra ao ouvido... “há uma rosa que é diferente... ela é branca e é do tamanho de todas as outras e também está a crescer... mas essa rosa é a tua rosa e quando a veres vais saber que ela é tua... pois criaste com ela laços que não criaste com mais nenhuma outra!”
A voz, com um tom sereno e cada vez mais longínqua... desapareceu.... e assim adormeci e procurei pela rosa no meio do jardim!

dezembro 04, 2005


"Sometimes i ain' t so sho who´s got ere a right to say wen a men is crazy and when he ain't. Sometimes i think it aint't none of us pure crazy and aint't none of us pure sane until de balance of us talks him that-a-way. It's like it ain't so much what a fellow does, but it´s the way the majority of folks is looking at him when he does it."
William Faulkner

dezembro 03, 2005

Procuro



Onde estarás tu, nesta noite desencantada... perdido entre paredes de um qualquer sítio ou estarás nas gotas que batem nas sombreiras das portas... procuro-te, quero saber de ti! Sei que estarás num qualquer lugar e que estás longe de mim! Procuro-te nos olhares de cada estranho que passa, procuro-te no dobrar de cada esquina, procuro-te! Procuro-te a ti e procuro também por mim! Em cada sorriso, em cada movimento mais agressivo, em cada palavra de um livro! Procuro!

dezembro 01, 2005

Saudade


Sozinha no meio da multidão, as palavras proferidas de forma leviana soam dentro de mim com sentidos ocos, significados perdidos em fados passados...
Refugio-me então, da multidão, para ouvir o poeta e a sua dor, o escritor e a saudade...
Ai, a saudade! De todas as palavras está é a mais dolorosa, é a palavra não proferida, para ser esquecida... como é terrível a saudade, palavra amaldiçoada! É de todas, a que deixa a estranheza do caminho não percorrido...

novembro 30, 2005



Entrei
Entrei pela toca adentro e para tal tive que ficar mais pequena
Bebi chá, o chá de sabor adocicado que me transformou num ser diferente
Entrei
Na escuridão dos corredores sombrios vi novamente a sombra
Os seus traços indefinidos não me fizeram perceber se me pertencia
Não
Não era minha, apenas uma sobra deslumbrante que teimava em fugir
Corri, corri, corri de uma forma tão veloz que a respiração me afogava
Parei, parei e pensei
Deixai-a ir, pois a sua verdadeira essência é a sua libertação
Liberta
A sombra permanece a alguns passos diante de mim...



novembro 29, 2005

Palavras soltas





Escrevo palavras soltas, pensamentos vagos, emoções loucas... escrevo porque escrevo, porque a escrita liberta o que está preso, liberta a saudade de tempos vividos, de passados reflectidos, ocultos na memória do prisioneiro.
As palavras ditas, são proferidas em momentos sóbrios, contadas, racionalizadoras da emoção, as palavras escritas ficam eternamente na voz da canção.

novembro 28, 2005

Descoberta


Perdidos na viagem, na descoberta de saber quem somos. O inicio do fim, ou será no fim que tem início essas questões da realidade? Conhecemos nós a realidade ou viveremos em função de uma deslealdade de nós para connosco mesmos? Sou quem sou? Sou o que os outros me vêm? ou serei como os outros querem que eu seja? Afinal o que sou?
E tu? Que me acompanhas nesta minha loucura, que observas do lugar de espectador privilegiado esta incessante busca pela minha pessoa... mas se a encontrares, ou se ela passar por mim, que farei eu? Pois ao encontrá-la não tenho mais nada....

novembro 22, 2005

Identidade

O que eu fui o que é? O que eu fui o que é?
Relembro vagamente; O vago não sei quê;
Que passei e se sente. Se o tempo é longe ou perto;
Em que isso se passou, Não sei dizer ao certo.
Que nem sei o que sou.”
Fernando Pessoa


A questão da identidade inquieta-me particularmente, procuro-a e não a encontro.
Ao invés disso encontro gentes com certezas e percursos definidos. Com definições e classificações, com normas e padrões clarificados e com valores orientados. Não sei quem sou, não sei para onde vou, mas sei que não quero ir por aí!


Hoje sorri
Sorri quando me lembrei de ti
Sorri da forma que sorri
A primeira vez que te vi
São fracções de segundo
como flashes de memória
onde lembro a história
do dia em que senti
Simplesmente sorri!

novembro 21, 2005

FREEDOM

Em queda livre
de um sítio qualquer,
A total liberdade
Faça-se o que se fizer.
Loucura, insanidade, prazer!!!
A maior incapacidade
que o humano pode ter!
Sonho, utopia, ilusão
A liberdade, essa sensação
que a humanidade aspirou
e a vida desencantou.
faça-se o que se fizer
num sítio qualquer...

novembro 19, 2005

«Temos o direito a ser iguais se a diferença nos inferioriza
Temos o direito a ser diferentes se a igualdade nos descaracteriza»

Boaventura Sousa Santos

novembro 18, 2005


Vivemos a vida numa ilusão...
procura-se a perfeição e a standartização dos comportamentos...
Todos os que fogem à norma são rotulados
Outsiders do sistema
Hitler ainda hoje é condenado por querer uma nação perfeita
que só tinha lugar para os «normais»
E hoje?

A força

Em memória de uma pessoa que marcou significativamente o meu eu e que me fez ser quem sou... a força...

A força
Força na natureza
É a ideia que tenho de ti
Aurora
Como toda a aurora
A luz
O início
Sabes, sempre reconheci
Em ti
A beleza, a luta, o sacrifício
E dás-me força
Sempre que me sinto mais fraca
És o meu orgulho
E deves ser
De toda a portuguesa
Que não conhece a fraqueza.
Não me ensinaste a ler
Nem a escrever tão pouco
Mas ensinaste-me a viver
Neste mundo louco
Ensinaste-me que a vida
Pode não ser colorida
Mas com um sacrifício pouco
Pode ser bem vivida
Aurora
A força
A vida!

As relações


No relógio do Chapeleiro são sempre seis da tarde «hora do chá»!
Não é muito diferente do meu... e do teu
Mas enquanto o relógio do chapeleiro parou
O nosso adiantou

A velocidade vertiginosa com que vivemos nos dias de hoje faz com que tudo o que nos rodeia pareça efémero... tudo passa.
As nossas relações são muito rápidas e não temos tempo para parar e reflectir...

E a vida não é assim?



Cercados por muros invisíveis
Controlados por programas informáticos
Limitados nos movimentos
Presos nos pensamentos
Censurados nos comportamentos
Constrangidos pelos sentimentos
Entalados pelos conhecimentos
Esmagados pelas emoções
Assassinados nas acções
E a vida não é assim?